Por muito tempo, o Paraguai carregou um estigma de destino de compras de produtos falsificados. Na verdade, o Paraguai é um potência em ascensão na América do Sul, com projeção de crescimento econômico superior ao próprio Brasil, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).
O rótulo vinculado ao comércio de mercadorias e “muambas” começou a ser retirado e a revelar os verdadeiros tesouros do país, como o agronegócio. Desde o ano passado, especialistas fortalecem que o Paraguai pode se tornar uma força agrícola no continente. Por essa razão, é preciso olhar com atenção e dar o devido apoio a quem vai conduzir, no dia a dia, o setor para a projeção prevista: as famílias agrícolas.
Com o intuito de capacitar mulheres a assumirem papéis de liderança nas produções paraguaias, a Master Mind da Academia de Liderança Feminina do Agronegócio (ALMA), da Fundação Dom Cabral, Elaine Caús, começou, em 2021, o projeto Mujeres Coop, onde trabalha com mais de 60 mulheres do agronegócio paraguaia e incentiva a liderança feminina no campo.
“As mulheres precisam entender e reconhecer que elas podem, sim, assumir essa responsabilidade, ainda mais ao lado da família, que é a nossa base. São trocas de experiências, onde vemos também o crescimento de mulheres como CEO em grandes empresas agrícolas, oferecendo oportunidades em níveis sócio-econômico-cultural da agronomia no Brasil e Paraguai”, comenta.
“São países onde o agronegócio é muito forte e precisamos garantir que haja uma continuidade nos legados. Muitas empresas e propriedades familiares são assumidas por mulheres que, por falta de oportunidades, não tiveram o preparo necessário no decorrer da vida. Então, assumem sem conhecimento e ficam com medo de seguir adiante”, explica a Master Mind.
Neste ano, o grupo participou, pela primeira vez, do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio. Nos dois dias de evento, as produtoras paraguaias puderam ampliar a conexão com mulheres do agro nacional. Com mais de 2.500 participantes, o CNMA causou boas impressões nas convidadas paraguaias.
“Foi um evento imensamente inovador e tecnológico. Participar foi muito interessante para nós, mulheres, e abriu um panorama de novas ideias e oportunidades de negócios”, avalia Sirlei Fritzen, da cidade de Carlos Antonio López, localizada na região sul do Paraguai.
“Esse congresso foi muito esperado por nós, mulheres do agro paraguaio. A Renata, CEO do Congresso, e equipe fazem um trabalho maravilhoso. Ela nos contaminou com seu entusiasmo. Ter entusiasmo não é só plantar, mas também participar de encontros como o CNMA para o conhecimento e o intercâmbio entre tantas mulheres do agro do Brasil e mostrar que o Paraguai é agro, desmistificando aquela imagem que muitos conhecem”, reforça Elaine.