Unindo gestão e tecnologia, mulheres protagonizam o agro

08/03/2023

Unindo gestão e tecnologia, mulheres protagonizam o agro

O protagonismo feminino no agronegócio é marcado por uma trajetória de resistência, superação e conquistas. Essa participação no campo foi, é e continuará sendo essencial para o desenvolvimento expansão do setor como um todo. 

De acordo com a 8ª Pesquisa da Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócios (ABMRA), a mulher ganha cada vez mais espaço no agronegócio, especialmente em cargos de gestão e em determinadas atividades produtivas, representando 26% dos postos de decisão e comando. Para 94% dos produtores rurais consultados, a mulher é vital ou muito importante no negócio rural. 

Diante desse cenário, que aos poucos vem se consolidando, surge um ponto fundamental – e que muito vem sendo discutido: a importância de enxergar a propriedade como um negócio e o investimento em sua modernização. 

A diretora executiva da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e membro do conselho de conteúdo do CNMA 2023, Gislaine Balbinot, afirma que, dentro dos projetos que a Associação participa, percebe a relevância desse tema. “As mulheres têm realmente buscado conteúdos que abordem questões de gestão, sustentabilidade, sucessão familiar e ferramentas tecnológicas que possam alavancar os negócios. É bem evidente essa preocupação em inovar e construir uma gestão mais sólida e efetiva, alcançando as evoluções e retornos que desejam”, conta. 

Mas, apesar dessa visão sensível, detalhista e grandiosa, colocar essas ações em prática muitas vezes não é fácil, principalmente quando se trata de um negócio familiar, onde há muitos membros da família envolvidos. “Por isso, é fundamental que se tenha dados sobre lucros, gastos, compras de insumos, entre outros, e também a separação como realmente um negócio, fora dos custos familiares”, explica Gislaine. 

A alma do negócio 
E não para por aí: as mulheres também estão à frente nas ideias e tecnologias. “Inclusive, diversas startups voltadas ao agro são comandadas por elas”, conta a chefe de meio ambiente da Embrapa, Ana Paula Packer, que também faz parte do conselho de conteúdo do CNMA 2023. 

Mas se engana quem pensa que tecnologia se resume somente em sistemas automatizados. Ela está presente nas mais diversas aplicações, desde estudos de bioinsumos, até práticas sustentáveis. 

“Temos, por exemplo, o caso em andamento de uma produtora que nos solicitou uma visita em sua fazenda, pois quer transformá-la em sustentável e economicamente viável. E isso é inovação. Inovação não é somente tecnologia, é uma gama ampla de possibilidades”, ressalta Ana. 

“Eu acho, inclusive, que muitas vezes as mulheres estão mais ‘antenadas’ na inovação do que os homens. Elas estão colocando esse potencial, essa agregação do agro com as tecnologias, e esse caminho não tem mais volta”, finaliza.