Pesquisadora ressalta que incluir não é só contratar, mas dar oportunidade às profissionais desenvolverem seus talentos
Micheli Possobom, de 35 anos, assumiu em 2021 a função de melhorista de soja na Seedcorp|HO. Desde então, ela gerencia – com vontade de aprender e empreender – a estação de pesquisa da empresa em Sertanópolis (PR).
Filha, neta e irmã de produtores de soja do Sul do Brasil, Micheli cresceu em meio ao agronegócio e desde pequena viu a mãe trabalhar com o pai lado a lado nas conquistas da família. “Com exemplo dentro de casa, já cresci de olho em espaço no agro. Acreditar nesse potencial foi um diferencial.”
Com esse objetivo em mente, ela foi estudar. Formou-se em Agronomia na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, e fez mestrado. Depois, foi aos Estados Unidos especializar-se em pesquisa. Lá, encontrou uma cultura mais aberta às mulheres.
“É notável e inspirador, um nível de cooperação e parceria que almejamos para o Brasil. Voltei com essa acolhida em mente e procurei trabalhar com profissionais que traduzissem esses valores”.
Chegando ao Brasil, ela continuou no ramo de pesquisa, agora no setor empresarial. Após passar por duas multinacionais, conquistou o cargo de gerência na desenvolvedora de sementes brasileira.
Faz parte do time de uma empresa jovem, mas sólida, formada por 50% de mulheres. “Aqui, vejo homens e mulheres trabalhando juntos, colaborando e somando. É uma postura inovadora”.
Nesse contexto, ela destaca o papel dos diretores. “Estamos falando de atuação e adaptação de gestores e RH. Não só na contratação, mas na oportunidade de desenvolvimento profissional e ascensão na carreira”, avalia.
Ressaltar a importância da mulher no agronegócio é uma prerrogativa da desenvolvedora de sementes. Em 2021, a empresa lançou uma marca para destacar a presença feminina, chamada Ellas Genética.
“Aos poucos, vamos conquistando espaço. Como uma sementinha que foi plantada, vamos criando raízes, avançando mais fortes”, diz Micheli.
Para ela, é fundamental que as mulheres prestem atenção se as instituições estão transformando retórica em realidade. “As tomadas de decisão têm que estar alinhadas a esse propósito. Requer compromisso nos diferentes níveis da organização”, salienta.
Fonte: Globo Rural