Trabalho no agro encarado como missão

09/03/2023

Trabalho no agro encarado como missão

“Quanto mais mulheres vermos no topo, mais fácil ficará para as próximas se imaginarem lá”, avalia Ana Beatriz Marques, da ICL, multinacional agrícola do setor de fertilizantes.

A executiva assumiu há um ano o posto de diretora industrial na companhia, passando a ser responsável pelas oito plantas produtivas e cerca de 850 funcionários. Um cargo de liderança, repleto de desafios. “Além do desempenho financeiro inerente ao cargo, como mulher, é preciso lidar com questões culturais e sociais, historicamente construídas.”

Ana Beatriz chama a atenção não só para a questão de gênero, mas também para o etarismo. Há 17 anos na companhia, ela chegou à direção aos 35 – é mais nova do que grande parte da sua equipe. Foi a primeira mulher engenheira da empresa, a primeira gerente da área e, agora, a primeira diretora.

A carreira é fruto de muito trabalho, que começou com um estágio na área de desenhos em empresa legada da companhia. “Comecei antes de me formar, na área de desenhos. Passei a coordenadora e migrei para gestão de processos e, posteriormente, de pessoas. Acredito no valor de traçar um plano claro, ter resiliência e coragem para avançar na profissão.”

Trabalhar com agronegócio, para ela, é como uma missão. “O objetivo comum do setor, que é produzir mais alimentos, é o grande destaque para mim. Somadas a esse propósito, há outras metas, como minimizar desperdícios, gerar e zelar empregos e otimizar o uso de recursos. Há um mundo de possibilidades e tarefas.”

A profissional ressalta ainda que é importante lembrar da diversidade entre as mulheres líderes. “São carreiras, sonhos e perfis diferentes”, afirma, complementando que “durante muito tempo, as mulheres acreditavam que, para sentar-se num lugar de liderança, era preciso atender a determinado estereótipo de comportamento. Hoje entendemos diferentes limites e potencialidades”.

Estudar para entender melhor os movimentos e comportamentos do mercado está entre as prioridades de Ana Beatriz. “Recentemente conduzi a integração entre a equipe brasileira e a israelense. Para trabalhar com diversas culturas, é fundamental ter embasamento e entender as bagagens de cada um.”

“Faço o que acredito, quebro barreiras e trabalho para que todos trabalhem juntos. Tenho orgulho da carreira que conquistei e acredito que posso fazer muito mais”, finaliza.

Fonte: Globo Rural