“Quanto mais mulheres vermos no topo, mais fácil ficará para as próximas se imaginarem lá”, avalia Ana Beatriz Marques, da ICL, multinacional agrícola do setor de fertilizantes.
A executiva assumiu há um ano o posto de diretora industrial na companhia, passando a ser responsável pelas oito plantas produtivas e cerca de 850 funcionários. Um cargo de liderança, repleto de desafios. “Além do desempenho financeiro inerente ao cargo, como mulher, é preciso lidar com questões culturais e sociais, historicamente construídas.”
Ana Beatriz chama a atenção não só para a questão de gênero, mas também para o etarismo. Há 17 anos na companhia, ela chegou à direção aos 35 – é mais nova do que grande parte da sua equipe. Foi a primeira mulher engenheira da empresa, a primeira gerente da área e, agora, a primeira diretora.
A carreira é fruto de muito trabalho, que começou com um estágio na área de desenhos em empresa legada da companhia. “Comecei antes de me formar, na área de desenhos. Passei a coordenadora e migrei para gestão de processos e, posteriormente, de pessoas. Acredito no valor de traçar um plano claro, ter resiliência e coragem para avançar na profissão.”
Trabalhar com agronegócio, para ela, é como uma missão. “O objetivo comum do setor, que é produzir mais alimentos, é o grande destaque para mim. Somadas a esse propósito, há outras metas, como minimizar desperdícios, gerar e zelar empregos e otimizar o uso de recursos. Há um mundo de possibilidades e tarefas.”
A profissional ressalta ainda que é importante lembrar da diversidade entre as mulheres líderes. “São carreiras, sonhos e perfis diferentes”, afirma, complementando que “durante muito tempo, as mulheres acreditavam que, para sentar-se num lugar de liderança, era preciso atender a determinado estereótipo de comportamento. Hoje entendemos diferentes limites e potencialidades”.
Estudar para entender melhor os movimentos e comportamentos do mercado está entre as prioridades de Ana Beatriz. “Recentemente conduzi a integração entre a equipe brasileira e a israelense. Para trabalhar com diversas culturas, é fundamental ter embasamento e entender as bagagens de cada um.”
“Faço o que acredito, quebro barreiras e trabalho para que todos trabalhem juntos. Tenho orgulho da carreira que conquistei e acredito que posso fazer muito mais”, finaliza.
Fonte: Globo Rural