E chegamos ao fim da nossa série “De Norte a Sul: percepções sob o olhar delas”, que contou, durante cinco meses, um pouco sobre cada região do País, de acordo com as experiências de cada embaixadora do Congresso. E neste último mês temos o Sul como foco, representado pela embaixadora representante da região, Edineia Becker.
Composto pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, o Sul desempenha um papel fundamental na economia do Brasil. De acordo com o IBGE, em 2019, o Rio Grande do Sul, por exemplo, contribuiu com 11,7% do total do Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária brasileira, alcançando a primeira posição no ranking nacional. O segundo lugar foi ocupado pelo Paraná, com 11,1%.
Já no cenário regional, a importância do setor foi ressaltada. Em 2019, segundo as estatísticas do PIB Municipal, a agropecuária foi responsável por mais de 30% da atividade econômica em 268 municípios gaúchos, sendo superior a 50% em 68 deles.
Em 2022, Santa Catarina bateu o recorde histórico no Valor da Produção Agropecuária (VPA) e no faturamento das exportações. Conforme o levantamento do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa), o VPA catarinense chegou a R$ 61,4 bilhões, enquanto as exportações movimentaram US$ 7,5 bilhões – 8,5% a mais do que em 2021.
Mesmo com números expressivos, a região ainda conta com desafios. “No interior dos estados, o que percebemos como principal gargalo são as dificuldades na logística. Alguns municípios são exceções, mas a maioria ainda lida com estradas em más condições. E isso influencia não somente pessoas diretamente envolvidas com o agro, mas também a população como um todo, que muitas vezes depende de serviços, como saúde e educação, em outras cidades”.
A conectividade também é outro ponto que a produtora traz. Apesar do movimento de empresas de telecomunicação estar mudando essa realidade, tornando possível o acesso à sinal e internet dentro das porteiras, há ainda muito a ser feito. “Tem muitos lugares, principalmente no interior, onde o sinal de celular e internet é muito falho. Com isso, a agilidade para resolver o que precisa e o acesso à informação são totalmente prejudicados”, ressalta.
A presença delas
Participante de diversos grupos de mulheres no WhatsApp e sempre engajada na busca pelo protagonismo feminino no agro, a produtora diz que o maior desafio ainda enfrentado é o acesso às informações referentes a eventos, ações e outras movimentações voltadas ao tema. “Eu vejo a dificuldade que muitas mulheres da região ainda encontram em ficar sabendo de eventos relacionados ao agro. Quando veem, já passou e elas perderam a oportunidade”.
Como uma forma de tentar mudar esse cenário, Edineia criou uma comunidade, dentro do grupo de mulheres, exclusivo para informações sobre eventos. “Parece que não, mas ainda ocorre muito esse desafio das mulheres de tentarem cada vez mais se informar. E, além disso, há também o fato de que muitas acabam ‘abrindo mão’ dos seus sonhos e vontades em prol dos cuidados com a casa e com os filhos”.
CNMA 2023
E é em busca de unir ainda mais essas mulheres, por meio de trocas e muito conhecimento, que ocorre, nos dias 25 e 26 de outubro, a 8ª edição do CNMA, o evento é o maior da América Latina de mulheres do agro. “É um momento muito especial, onde produtoras de todo o país se encontram, se unem e se fortalecem. São dois dias de uma enorme bagagem de conhecimento e uma imensa troca de experiências, com histórias inspiradoras dessa força feminina que produz, inova e movimenta o setor e a economia de Norte a Sul”, finaliza.
As vendas ocorrem por aqui e o cupom de desconto para o Sul é “EDINEIABECKER”.