“Não existe boa saúde sem ter saúde mental”. A frase, da psicóloga clínica com abordagem na psicoterapia cognitiva, Dora Sampaio Goés, abriu a mesa-redonda “Saúde Mental e Saúde Emocional”. Para a profissional, que também foi moderadora do painel, a saúde mental influencia a forma como nos sentimos, nos comportamos e produzimos.
Dora citou alguns dados de uma pesquisa da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o tema. De acordo com a ONU, 52,4% da população mundial que sofre de algum transtorno mental são mulheres.
“O local de trabalho também influencia diretamente a saúde mental da colaboradora”, comentou Dora. De acordo com ela, o Brasil é o segundo país do mundo com maior número de diagnósticos de Burnout”, diz.
Ainda de acordo com esta pesquisa da ONU, 15% dos trabalhadores têm algum transtorno mental. “O impacto na economia global é enorme. Um trilhão de dólares é subtraído, por ano, por perdas de produtividade. Ou seja, não é só o ser humano que perde, mas a economia de uma empresa, de um país e do mundo”, afirma a psicóloga.
Neste sentido, a CEO da Mental Clean, Fátima Macedo, afirmou que é urgente entendermos a saúde mental como algo inerente a nossa rotina assim como praticar atividade física, escovar os dentes ou tomar banho.
“Dentro das companhias, esse cuidado com a saúde mental do trabalhador também deve ser inerente por meio de programas estruturados de saúde mental. Não precisa ser um projeto grande, pode ser algo pequeno, mas planejado. Afinal, o trabalhador que é cuidado, é alguém mais grato, se torna um promotor da empresa”, apontou Fátima.
Autoconhecimento
Para a executiva de Recursos Humanos e Sustentabilidade, Glaucimar Peticov, toda a empresa quer lucro, faz parte do jogo e precisa de resultados concretos. “O fato é sempre nos questionarmos sobre qual a forma mais saudável e sustentável para chegarmos aos resultados”, comentou.
Belisa Maggi, presidente da Fundação André e Lúcia Maggi e do Instituto Signativo, acredita que estas respostas chegam por meio do autoconhecimento. “Todos os programas que participo, incluo esse tema de uma maneira transversal. Acredito no gerenciamento das emoções, dos possíveis gatilhos. É preciso escolher o caminho do autoconhecimento”, afirmou Belisa que iniciou sua fala, lembrando do seu avô e como ele tinha habilidade emocional ao tratar com as pessoas.
Este caminho também foi proposto pelo terapeuta em Filosofia Clínica, Luiz Carlos Vieira, durante sua fala no painel. “Precisamos aprender a educar a mente com mais gentileza, menos cobrança excessiva. Como o filósofo Sócrates, “conhece-te a ti mesmo”. Voltar-se para si. Desta forma, estaremos preparados para enfrentar os desafios com mais leveza, pertencimento, segurança e confiança”, opinou Luiz.