O painel “A Voz Humana do Agro Brasileiro para o Mundo” encerrou as mesas-redondas do segundo dia de CNMA, com apresentações consistentes de especialistas que apresentaram um panorama sobre a importância de um sistema integrado dentro da indústria agropecuária e do pensar sustentável.
Na ocasião, a jornalista e editora da Rádio Eldorado, Carolina Ercolin mediou as apresentações da diretora de Operações da Serasa Experian, Daniela Aveiro; do membro do Conselho da COPLANA (Cooperativa Agroindustrial), José Rossato; da Representante Regional da ApexBrasil, Márcia Nejaim; e da empresária do setor Fibra de Celulose, Nina Ploger.
“Para que o mundo olhe para o agronegócio brasileiro é preciso, antes de tudo, melhorar a comunicação, afinal, hoje a percepção internacional sobre o nosso setor não é real. Internamente, também olhamos muito mais para o lado negativo da nossa produção, mas a verdade é que fazemos coisas incríveis, nosso setor é muito rico e nossos produtores impactam a alimentação de todo o mundo”, detalhou a diretora de Operações da Serasa Experian, Daniela Aveiro.
De acordo com Daniela, o objetivo da Serasa é empoderar o produtor rural. “Hoje somente 20% do crédito está disponível, o restante depende de instituições privadas. E para que o produtor possa investir e acompanhar o crescimento da demanda ele precisa de acesso a crédito e, por isso, a Serasa busca empoderar o produtor rural com informações do seu próprio segmento para que ele tenha voz”.
Em sua fala, o membro do Conselho da COPLANA (Cooperativa Agroindustrial), José Rossato, afirmou que o setor precisa de uma conexão emotiva, promovendo uma relação duradoura dentro do setor com o mercado por meio de uma comunicação efetiva. “O agro cresce a cada dia e percebemos que muitas vezes não estamos preparados para incluir nosso setor no mundo dos negócios. É preciso pensar em comunicação como uma ferramenta para inserção do agro em cenários onde ainda não é destaque”.
Rossato ainda falou sobre os números do cooperativismo no Brasil, segundo ele são 4.800 cooperativas divididas em 20 ramos, sendo mais de 1 milhão de cooperados que somam mais de 4 milhões de pessoas envolvidas e 250 mil empregos gerados.
“Em todas as cadeias produtivas do Brasil é comum encontrar uma cooperativa, principalmente em cadeias menos ‘comoditizadas’. Nosso grande desafio é a governança, afinal as cooperativas estão no mercado utilizando espaço como qualquer empresa e a governança ganha importância nesse cenário”.
A Representante Regional da ApexBrasil, Márcia Nejaim, lembrou que o Brasil está há 40 anos investindo e tendo ganhos em produtividade, e que os investimentos feitos em uma produção sustentável tornaram o País referência no mundo. “Quando olhamos para o cenário atual, vemos que temos condições de nos solidificar como líder de produção, mas precisa se adaptar a nova demanda mundial que exige sustentabilidade, um ponto de grande desafio”.
“Por isso é preciso levar informações para os formadores de opinião, bem como informações para quem não conhece o agro e para os nossos concorrentes, que querem prejudicar o nosso agro”, complementou Nejaim.
A empresária do setor Fibra de Celulose, Nina Ploger, destacou a cultura brasileira. “Nossa riqueza é resultado da história dos nossos produtores, tem mão humana, e nossos agricultores falam diretamente com os consumidores, com produtos rastreados, e são responsáveis por tudo aquilo que comemos”.
“Nossos produtos agrícolas têm muita qualidade e a identidade dos alimentos está diretamente ligada à sua origem. E essa é a voz do agro brasileiro”, finalizou Nina Ploger.
