Presidente do Comitê das Mulheres da Sociedade Rural Brasileira reflete sobre o papel do Congresso das Mulheres do Agronegócio na participação feminina no setor
O Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA) já tem data marcada para a sua 9ª edição: 23 e 24 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP). Enquanto o maior evento feminino do agronegócio, reunindo mais de duas mil mulheres no Brasil, este será um momento perfeito para trabalhar a conexão dentro da atividade.
Essa é a visão da presidente do Comitê das Mulheres da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Lucia Helena Bueno Bortolozzo. “A participação feminina no agronegócio vem crescendo e as mulheres estão ocupando um papel muito relevante, cada vez mais, nesse setor. Elas já entenderam que a participação efetiva, dentro e fora da porteira, faz toda a diferença”, afirma Lucia.
Agora, a presidente do comitê defende que as mulhers do agro precisam ir além sem seu papel. “É necessário ter representatividade em associações, instituições, enfim, à frente em cadeiras que defendam nosso setor”, acrescenta.
Sociedade Rural Brasileira: representatividade e integração da mulher
A SRB é uma das entidades parceiras do CNMA nesta 9ª edição. Fundada em 1919, a entidade é uma associação de produtores rurais que trabalha, há mais de cem anos, na representação política em defesa do setor agropecuário para o desenvolvimento do Brasil. A missão da Sociedade, conforme explica Lucia, é criar iniciativas para que o agro brasileiro seja cada vez mais eficiente, competitivo e sustentável, com base no diálogo e contribuindo para o desenvolvimento do Brasil.
“Nosso foco é contribuir para fortalecer a adoção de práticas sustentáveis na agropecuária brasileira; defender a propriedade privada, a livre iniciativa e o respeito ao empreendedor rural; levar conhecimento e capacitação, especialmente a pequenos e médios produtores, com foco na sustentabilidade ambiental, social e econômica; e disseminar os diferenciais de sustentabilidade que já são adotados no agro brasileiro, derrubando mitos e criando oportunidades de desenvolvimento para o setor”, enumera.
Recentemente, a SRB deu espaço a uma mulher na presidência da associação, com a pecuarista Teresa Vendramini à frente da associação. Maria Esaltina Almeida Prado também é citada por Lucia, como conselheira que dedicou parte de sua história à defesa do agro brasileiro. “Temos vários comitês sendo liderados por mulheres na coordenação de trabalhos que trazem conhecimento, representatividade para associados e não associados”, acrescenta.
No CNMA, Lucia aposta na união de objetivos, contribuindo com conteúdos e informações do setor e colocando à disposição os comitês que compõe o quadro técnico da SRB para troca de informações. “É um momento de network e abertura de novas parcerias. O protagonismo virá automaticamente pela sua competência e responsabilidade”, resume Lucia.
Uma fortaleza feminina além da porteira
Casada com Amilton Bortolozzo (agrônomo e produtor rural) e com dois filhos (Gabriela e Alexandre), Lucia é formada em Pedagogia pela Universidade Federal De São Carlos (UFSCR) desde 1992. Apesar de ter migrado sua atuação para o ramo dos negócios no agro, esse propósito junto às crianças se mostrou presente em sua história nos anos seguintes.
Junto de seu esposo e familiares, partiram de Araraquara (SP) para o Sul do Estado do Piauí, no município de Uruçuí. Trabalhou como diretora de Recursos Humanos Departamento Pessoal, Responsabilidade Social na Empresa Canel (Central Agrícola Nova Era Ltda) Pioneira do Agronegócio, nome dado à empresa familiar que atua na produção, industrialização e comercialização de grãos como soja, milho, algodão e eucalipto.
Dentro da empresa, fundou a Escola do Campo (EJA) Maria Elvira Dresdi Bortolozzo, em homenagem a matriarca da família, para os funcionários. “Desenvolvi o projeto junto à Syngenta, Abrinq e Secretaria de Educação de Uruçui. Por isso, recebi o Selo de Empresa Amiga da Criança”, conta.
A partir disso, sua participação na sociedade piauense foi crescendo. Junto à Pastoral da Criança, em Uruçui, desenvolveu ações de melhorias da qualidade na alimentação das crianças; atuou como diretora e Presidente do Conselho Deliberativo da ABRH-Pi (Associação Brasileira de Recursos Humanos do Piauí); ocupou o cargo de diretora Social da Associação Mulheres de Negócios do Piauí, para a qual idealizou o Projeto Social “Entre Laços”, levando capacitação, gestão, motivação e empreendedorismo feminino às mulheres em vulnerabilidade social das comunidades de Teresina; e idealizou, junto com o Conselho Administrativo da Associação das Mulheres de negócios do Piauí, o PDLF (Programa de Desenvolvimento de Liderança Feminina) em 2023.
Atualmente, é vice-presidente da Comissão das Mulheres do Agro do Estado do Piauí pela CNA (Confederação Nacional da Agricultura) e Federação da Agricultura do Estado do Piauí (FAEPI). Agora, enquanto presidente do Comitê Mulheres da SRB, tem o objetivo de agregar, fortalecer a representatividade feminina no agronegócio e promover oportunidades para que mais mulheres possam se destacar e contribuir para o desenvolvimento sustentável do setor do Agro. “Vemos a mulher como um pulverizador da comunicação assertiva para nosso setor, tanto nacionalmente como internacionalmente”, finaliza Lucia.