10ª EDIÇÃO

IMPRENSA

Mesa-redonda sobre o futuro da mecanização agrícola fecha o primeiro dia do CNMA 

Painel enfatizou como o uso de tecnologias digitais vem transformando o trabalho no campo, e o papel da capacitação nesse processo 

A evolução da tecnificação no agronegócio – suas vantagens e desafios – foi tema da mesa-redonda “Mecanização agro brasileira: do aço ao digital!”, que encerrou a programação do primeiro dia da 10ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), realizada em 22 e 23 de outubro, no Transamerica Expo Center, em São Paulo (SP). 

O painel reuniu a gerente de Negócios de Agricultura de Precisão da John Deere para a América Latina, Estela Dias; a presidente da ConectarAGRO e gerente de Novos Negócios da CNH Industrial, Paola Campiello; a especialista em Agricultura de Precisão da Jacto, Jéssica Marinho Costalonga; e a diretora-executiva da Stara Financeira, Nicole Stapelbroek Trennepohl. A mediação foi conduzida pelo superintendente-executivo da Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, Elvis Fusco. 

Durante o bate-papo, as participantes destacaram que a mecanização da agricultura e o avanço em tecnologias, com soluções cada vez mais inovadoras, possibilitam o aumento da produtividade, eficiência, rentabilidade, sustentabilidade, além da redução de custos. Outras vantagens aos produtores rurais, apontadas por elas, são o avanço da agricultura de precisão e a geração de dados, que permitem monitorar operações e obter insights a partir dos registros.  

A principal tendência, para os próximos 10 anos, é a continuidade do processo de automação. Essa evolução representa uma avalanche, ou seja, está sendo muito mais rápida do que nos últimos 20 ou 30 anos, por isso, temos que estar atentos às tendências agronômicas e nos preparar. O grande desafio, no entanto, é a falta de conectividade no campo”, disse Estela Dias.  

Para Jéssica Marinho Costalonga, o setor vive a transição da agricultura 4.0 para a 5.0, principalmente pelo advento da inteligência artificial (IA). Além disso, ela comentou que a precisão garantiu maior uniformidade na semeadura, aplicação de insumos e colheita. 

Segundo ela, dentre os ganhos da mecanização está também a segurança dos operadores, pois as máquinas reduziram a necessidade de grande número de trabalhadores em campo, diminuindo custos e riscos.  

“Devido ao aumento da população até 2030 ou 2050, teremos que desenvolver tecnologias para produzir cada vez mais no mesmo espaço, para conseguir alimentar a todos. Desta forma, máquinas autônomas, operadas remotamente, serão cada vez mais presentes no agro brasileiro. Aí vem a importância da capacitação para fazer a gestão dessas máquinas em tempo real. Temos que desenvolver as pessoas, inclusive as que estarão na ponta lidando com tudo isso. Por isso, destaco a importância dos cursos e dos treinamentos”, explicou Jéssica.  

De acordo com Paola Campiello, a mecanização trouxe inúmeros avanços, mas também um desafio: a falta de conectividade e de mão de obra especializada para operar implementos cada vez mais sofisticados. “Uma máquina agrícola automatizada precisa de um operador capacitado para extrair seu máximo potencial. Nossa função é facilitar a vida do produtor, fornecendo dados para decisões rápidas e precisas, mas o trabalhador precisa estar preparado. É necessário também nos comunicarmos melhor, inclusive com quem não é do agro, para mostrarmos que o nosso setor é sustentável sim, além de trabalharmos a inclusão social para pequenos produtores”, afirmou. 

E por falar em inclusão social, Nicole Stapelbroek Trennepohl pontuou que sua empresa já busca adaptar aos pequenos produtores, todas as tecnologias acessíveis pelos grandes produtores.  

“Toda essa tecnologia acaba custando caro porque ainda é pequeno o número de agricultores capacitados para utilizá-las. Mas, para as propriedades que realmente conseguirem usufruir de seus benefícios, como a entrega de mais produtividade, por exemplo, a tecnologia passa a ser sustentável financeiramente. Porém, ainda falta a educação dos operadores e dos gestores que tomam decisão de fazer uso desse tipo de equipamento”, concluiu. 

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Juliana Bonassa

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